terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um brinde...


Imaginem uma árvore.
Caixas coloridas cheias de laços e brilhos dispostas ao seu redor.
Bolas, estrelas, laços e anjos dão vida à ela. Luzes brilham no compasso de uma música típica dessa época do ano.
Crianças admiram deslumbradas, sentindo seus dedos pequeninos moverem-se involuntariamente. Ver somente com os olhos parece não bastar diante de tanta beleza.
As tradições renascem nesta época. Podemos ver meias cheias de feno, e alguns biscoitos para um velho e conhecido senhor.
A melodia flutua no ar juntamente com o cheiro agradável que vem da cozinha.
As mulheres se reúnem no ritual realizado à base de temperos, sabores e amor. Coisas de mãe, não se pode explicar, apenas sentir, com o coração e o paladar.
As risadas exageradas, os brindes constantes e as instalações elétricas de última hora ficam por conta dos patriarcas.
Há um quê de exagero, e até mesmo euforia no tom grave de suas gargalhadas. Talvez seja o álcool em excesso, talvez seja só alegria. E mais alguns brindes são realizados. VIVA!
As cores predominantes são o vermelho, os tons de verdes e o dourado. 
Longas toalhas vermelhas, velas acesas, estrelas e taças de cristal.
É uma noite regada a abraços, sorrisos e algumas lágrimas.
Os sentimentos ficam à flor da pele.
Histórias são contadas, lembranças trazidas à tona e alguns brindes à vida em família.
Em um determinado momento, em meio a brindes e mais brindes se iniciam as brincadeiras.
Todos em circulo, todos unidos, todos sorrindo e rindo em uni-sono. 
Doze badaladas.
Abraços.
Os presentes deixam o pé da árvore e adentram os corações de quem os recebe.
FELIZ NATAL!
Não mais se escuta as músicas natalinas, nem mesmo as risadas histéricas dos homens da casa, só os desejos sinceros que transbordam em cada sorriso, aperto de mão, carinho e afago.
FELIZ NATAL!
Ainda em circulo, copos de plástico, taças e canecas unem-se para agradecer a Deus pelo ano que passou, pela vida que vivemos, pela força nos momentos necessários, pela mão amiga, pela família perfeitamente imperfeita. Por sermos felizes, sem motivos, só pelo dom da vida que nos foi dado através do amor. UM BRINDE! 
E as gargalhadas tomam conta do ambiente, e a noite mais perfeita do ano segue rumo à sua única imperfeição: o fim. 
Mas ainda há luzes acesas na árvore e em meio aos papéis de presente jogados pelo chão vejo o espírito natalino. Ele ainda dança, no ritmo das cantigas de natal. Eu o acompanho, e em um brinde silencioso desejo atrasar meu relógio, controlar o tempo e impedir que essa noite termine.
Mas, sem êxito, apenas sorrio e levanto mais um brinde, afinal a árvore ainda brilha e ainda é NATAL.

FELIZ NATAL! 

Um comentário:

  1. passou um filme na minha cabeça com as cenas descritas. Ouvi as gargalhadas e os brindes!
    FALTA POUCO!!

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