segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Jogo da vida

Nem sempre as coisas saem como planejado, e muito menos como desejamos.
A vida é uma coisa engraçada.
Você faz planos, sonha, batalha, busca e uma simples mudança pode criar milhões de novas possibilidades e inutilizar todas as suas ações até aquele momento.
Ao contrário de jogos de tabuleiro, a vida não te oferece apenas um caminho.
E os dados, na grande maioria das vezes não são jogados por suas próprias mãos.
Uma forte característica minha é sempre buscar compreender tudo, o motivo de certas coisas e buscar o controle, de minhas ações, sentimentos, sentidos, rumo e afins.
Acabo me frustrando constantemente, pois controlar algo tão grandioso e ao mesmo tempo singelo que é a nossa vida, não é um dom dado a nós, meros mortais.
Há momentos em que paro e penso: cansei!
Não consigo definir o cansaço, de onde ele vem, se é físico ou psicológico, só sei que estou cansada. Demais!
Em outros decido pensar menos, sentir menos, viver mais, aproveitar mais a vida, seja como ela for.
Também não consigo definir de onde surge tanta animação, dos amigos, da ausência de TPM ou de uma overdose de chocolate, só me sinto disposta a seguir a maré. Na paz do voo só...
Nem sempre sei como terminar um texto.
Quando me vejo, não sei definir sobre o que ele fala, se é que ele fala sobre algo. No meio de todo desabafo, me perco, e sem conseguir me achar, mudo de assunto. Sem controle da vida e muito menos das palavras.
O descontrole também predomina quando a questão é humor.
As oscilações são extremas, as baixas seríssimas, as vítimas quase sempre as mesmas, a culpada apenas uma.
Bom ter quem culpar, já que não tem como combater.
Se eu encontrasse um gênio da lâmpada nesse exato momento, e ele me concedesse apenas um mísero pedido eu pediria o controle total sobre minhas oscilações de humor (principalmente a nuvem negra que paira sobre mim em certos momentos). Que controle da vida o que, eu quero é menos alfinetadas involuntárias.
Porque, o chato da TPM não é o humor ruim, mas o descontrole do mesmo. Ser chata faz parte do meu charme, mas ser uma psicótica que quase morde a canela de quem sorri pelas ruas de um dia lindo e ensolarado, confesso, não me agrada muito.
E no final de tudo, sem gênio, sem controle de nada, a não ser da tv, a madrugada cresce em todo o seu esplendor e eu sei que no meu travesseiro ecoarão as mesmas perguntas através das madeixas loiras desta cabecinha acelerada.
Terei as respostas amanhã?
Olha, a única certeza que tenho é que às 10 horas, minhas sobrancelhas não serão mais as mesmas e que eu acordarei terrivelmente mal humorada, por acordar tão cedo. Um absurdo.
Que sacrifícios não faço por belas pestanas.
Ai, sou boa demais, até me surpreendo tem dias!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Duelo

E ela dança ao som da música.
Quase que eufórica. No ritmo alucinado de quem dança sem platéia.
Uma casa vazia. Na playlist, Adele.
Nas mãos uma taça vazia. Na cabeça uma idéia, e na geladeira um vinho.
A noite perfeita.
A não ser por um detalhe....
Ela já estava exausta, a cozinha revirada, gavetas jogadas, portas abertas e nada de encontrá-lo.
Ainda com a taça nas mãos, um tanto quanto descabelada ela senta-se no sofá. Derrotada e de volta à sala, Adele ainda tocando no som e a garrafa de vinho nas mãos. Fechada!
Ela pensa, chega a voltar à cozinha, e em meio ao caos decide tentar abri-la sem o saca-rolhas mesmo.
Não duvide do poder de uma mulher, sobretudo quando vinho+vontade de beber estão na mesma sentença, e apenas um instrumento pequenino de metal está entre ela e a realização do seu desejo.
Concentrada, mãos unidas sobre as pernas, uma das sobrancelhas arqueadas, olhar fixo na garrafa.
O tempo passa, a playlist muda e ela desiste.
Definitivamente, o dom de abrir garrafas com o pensamento não lhe foi dado.
Vencida e humilhada por aquela coisa insignificante de vidro verde, ela levanta, decidida.
Vai até o quarto.....
.....coloca suas pantufas, desliga o som e na companhia do bom e velho controle remoto vaga pelos canais em busca de algo interessante na madrugada, de preferência que não envolva vinhos, saca-rolhas e derrotas.

(Texto dedicado à minha amiga Chrys Lucena e seus talentos extraordinários. Love U!)

Um brinde...


Imaginem uma árvore.
Caixas coloridas cheias de laços e brilhos dispostas ao seu redor.
Bolas, estrelas, laços e anjos dão vida à ela. Luzes brilham no compasso de uma música típica dessa época do ano.
Crianças admiram deslumbradas, sentindo seus dedos pequeninos moverem-se involuntariamente. Ver somente com os olhos parece não bastar diante de tanta beleza.
As tradições renascem nesta época. Podemos ver meias cheias de feno, e alguns biscoitos para um velho e conhecido senhor.
A melodia flutua no ar juntamente com o cheiro agradável que vem da cozinha.
As mulheres se reúnem no ritual realizado à base de temperos, sabores e amor. Coisas de mãe, não se pode explicar, apenas sentir, com o coração e o paladar.
As risadas exageradas, os brindes constantes e as instalações elétricas de última hora ficam por conta dos patriarcas.
Há um quê de exagero, e até mesmo euforia no tom grave de suas gargalhadas. Talvez seja o álcool em excesso, talvez seja só alegria. E mais alguns brindes são realizados. VIVA!
As cores predominantes são o vermelho, os tons de verdes e o dourado. 
Longas toalhas vermelhas, velas acesas, estrelas e taças de cristal.
É uma noite regada a abraços, sorrisos e algumas lágrimas.
Os sentimentos ficam à flor da pele.
Histórias são contadas, lembranças trazidas à tona e alguns brindes à vida em família.
Em um determinado momento, em meio a brindes e mais brindes se iniciam as brincadeiras.
Todos em circulo, todos unidos, todos sorrindo e rindo em uni-sono. 
Doze badaladas.
Abraços.
Os presentes deixam o pé da árvore e adentram os corações de quem os recebe.
FELIZ NATAL!
Não mais se escuta as músicas natalinas, nem mesmo as risadas histéricas dos homens da casa, só os desejos sinceros que transbordam em cada sorriso, aperto de mão, carinho e afago.
FELIZ NATAL!
Ainda em circulo, copos de plástico, taças e canecas unem-se para agradecer a Deus pelo ano que passou, pela vida que vivemos, pela força nos momentos necessários, pela mão amiga, pela família perfeitamente imperfeita. Por sermos felizes, sem motivos, só pelo dom da vida que nos foi dado através do amor. UM BRINDE! 
E as gargalhadas tomam conta do ambiente, e a noite mais perfeita do ano segue rumo à sua única imperfeição: o fim. 
Mas ainda há luzes acesas na árvore e em meio aos papéis de presente jogados pelo chão vejo o espírito natalino. Ele ainda dança, no ritmo das cantigas de natal. Eu o acompanho, e em um brinde silencioso desejo atrasar meu relógio, controlar o tempo e impedir que essa noite termine.
Mas, sem êxito, apenas sorrio e levanto mais um brinde, afinal a árvore ainda brilha e ainda é NATAL.

FELIZ NATAL! 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


E meu coração quase sempre é uma vitrine.
Exponho minha alma, coloco tudo à venda.
Alguns jogam pedras, outros admiram, e uns poucos se expõe ao meu lado.
Mas, mesmo com paredes de vidros e janelas espelhadas são poucos aqueles que compreendem minha essência.
O conteúdo da vitrine sempre varia. De pessoa para pessoa, de acordo com o humor, de acordo com os olhos de quem olha e do coração de quem se mostra.
Pra alguns é fogo, acides e homeopatia de puro veneno.
Pra outros doçura, sorriso e água cristalina.
Depende de mim, depende de você.
É recíproco, é dinâmico, é transcendente. É VIDA, em sua grandeza e simplicidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aqueles que escolhi...














Dentre tantos e tantos lugares nesse mundo decidi nascer aqui.
Cidade pequena, pé no chão, futebol na rua, esconde-esconde com os amigos e colo de vó nas tardes de chuva.
Dentre tantas e tantas épocas decidi viver o agora.
O passado deixo para as fotografias e para a memória, o futuro eu vejo em sonhos e filmes.
No HOJE eu danço, fora do ritmo, mas danço!
Dentre tantas e tantas pessoas escolhi vocês.
Aqueles que enxugam minhas lágrimas, me estendem a mão, me abrem os braços e colocam o sorriso mais sincero em meus lábios.
E dentre tantos e tantos sentimentos eu escolhi amar vocês! Porque eu amo, sem saber porque, quanto, como ou onde. Só amo, com a simplicidade de uma amizade sincera!

Amo vocês!

sábado, 24 de setembro de 2011

Ser ou não ser? Eis a questão!

Eu sou daquele tipo de pessoa que só tira fotos erradas e sobe nos degraus pra ficar na mesma altura dos amigos.
Costumo fazer amizades com facilidade, porém poucos são aqueles aos quais mostro minha alma.
Tenho uma ligação inexplicável com meu irmão e quase sempre perco pra ele nas lutas no sofá da sala ou nas guerras de travesseiro.
Me sinto muito bem na minha presença e adoro a sensação da casa vazia.
Às vezes durmo sem escovar os dentes e escovo duas vezes quando acordo, pra compensar a da noite anterior.
Leio compulsivamente e sou APAIXONADA por música, apesar de nem tudo me agradar, me considero uma pessoa eclética e com uma boa pluralidade cultural. O gênero ou o estilo nem sempre importam, o bom gosto e o bom senso montam a playlist.
Quase sempre ando descalça, e deve ser por isso que tenho os pés mais feios do mundo, cheios de dedos assimétricos e sempre com o esmalte descascando. Sempre que penso nisso chego à conclusão de que é por isso que adoro usar meias. Ah, os chinelos com meias!
Tenho um cérebro em ritmo acelerado praticamente 24 horas por dia. Penso muito, nem sempre coisas boas ou mesmo cultas, só penso. Gosto de pensar e quando vale a pena traduzir os pensamentos em forma de algarismos e palavras.
Quando eu amo, eu amo por inteiro. Costumo criar qualidades para a pessoa amada, além das já existentes. Pra mim, você é sempre mais do que pensa ou é, dentro de mim você beira a perfeição de cabelos cacheados.
Adoro sapatos. Nem sempre fui assim, e isso me leva a mais uma conclusão talvez um pouco insana: a de que essa louca compulsão feminina por sapatos é repassada geneticamente, de mãe para filha, de vó para neta, e bisneta, vindo lá das chimpanzés de circo vaidosas ou mesmo da Eva e sua maçã.
Tenho verdadeiro pavor de morcegos. Não sei dizer ao certo se toda essa aflição é devido ao fato daquele barulho agudo e irritante, dos rasantes que eles dão em nós ou da feiura deles. Na dúvida, fico com as três opções e longe das árvores "chapéu de praia".
Meus celulares tem vida útil curta e costumam praticar esportes radicais do tipo paraquedismo ou mergulho de penhascos.
Corrijo erros de português mentalmente. Eu sei que é estranho, e quase sempre assusto as pessoas da minha casa quando falo algo do tipo "MIM não faz nada amigo!!" olhando para a página do twitter. Acredito que isso foi adquirido por mim, em um cursinho pré-vestibular para o curso de direito, em um dia, quando no cúmulo do stress acumulado e de uma overdose de gramática me peguei parada no MEIO da rua fazendo análise sintática da frase escrita na placa em frente ao referido cursinho. Ou, provavelmente eu presenciei a chuva de meteoros  quando o Clark Kent caiu na Terra e nunca mais consegui agir normalmente perante escorregões gramaticais.
Sou uma criatura noturna, escuto música com os olhos fechados, adoro o idioma francês, e além disso adoro tempestades e os raios me fascinam. Queria poder engarrafar eles, mas enfim.
Adoro Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crônicas de Nárnia e afins. O estilo "realismo fantástico" realmente possibilita uma viagem, nas páginas de cada livro que leio.
Tenho milhares de brincos, mas uso sempre os mesmos. Adoro maquiagens, mas não me considero muito boa em combinar as cores, não me sujar toda, não deixar entrar no olho e não perder a paciência, tudo ao mesmo tempo. Algo sempre acontece, a paciência costuma ser sempre a primeira a irritar-se e a borrar meu rímel.
Uso canecas para qualquer tipo de bebidas, mas amo chá e café. Há cerca de dois anos que não tomo refrigerante, às vezes sinto o cheiro da coca-cola e a vontade passa, mas de chocolate eu não suporto uma TPM sem. É quase que um antídoto, e suspeito eu que esta receita também seja passada de geração para geração feminina, um ciclo constante de cacau, calorias e endorfina. Para o bem da população masculina e pro desespero das calças jeans.
Assisto pelo menos dois filmes por semana, quase sempre me acabo em lágrimas, mesmo se tratando de um desenho animado. Sou uma pessoa à flor da pele.
Ta aí uma coisa que eu gosto em mim. O meu húmor, meu estado de espírito transparece em meu rosto, em minhas marcas de expressão, em minhas mãos trêmulas ou em minhas palavras ácidas. Sou transparente. Sem parecer arrogante, mas sinceramente eu não gostaria de discutir comigo. Minha teimosia e minha falta de papas na língua não costumam fazer amigos por onde passam.
Sou pequena e não tenho problemas com isso. Tenho tatuagem, piercing, e apesar de gostar de rock, sou bossa nova e samba em quase todo meu pequeno ser brasileiro.
Tenho uma história de vida interessante, e sei que apenas uma parte mínima  dela já foi escrita.
Sou canhota e tenho buscado escrever por linhas tortas, retas, assimétricas, inconstantes aquilo que me dá na telha ou que surge no horizonte.
Sou só o começo de uma jornada que ainda está por vir. Sou eu, sou você, sou nós, sou tudo, todos, aquilo, daquilo, daquele, menina, muleque, muléca, mulher, filha, irmã, namorada, amiga, sou hoje, sou amanhã, sou uma semana, um mês, um ano, uma vida, um dia, um aniversário, um suspiro, uma batida, uma parte de um todo, mais um sorriso entre as estrelas.
Mas, independente do que você pense, sou o oposto do que você espera.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Perfeição

A perfeição..
Passo bom tempo da minha vida buscando ela, e me culpando quando não a alcanço. Já li em algum lugar que essa é uma característica de todo libriano, buscar a perfeição e culpar-se infinitamente por erros.
Às vezes me sinto tão cansada, desejo com toda força não ser assim, viver mais, pensar menos.
Mas no final, sempre sou eu mesma, com todos meus defeitos e qualidades, meus problemas, meus amigos, minha família, as batidas desse coração são pela mesma pessoa.
Hoje me fechei em meus pensamentos. Tranquei as portas da minha voz e tenho curtido o eco, dentro de mim. Sinto aquela sensação na boca do estômago, e a certeza de que, mesmo sem ter certeza, eu já sei exatamente o que tenho que fazer.
Tempos atrás, parei pra pensar e notei que andava afastada demais dos meus amigos, hoje os carrego ao alcance de meus olhos e de mensagens de celular.
Hoje, pensando, notei que ando afastada demais de outra parte de minha vida, afastada a tempos pra ser sincera. Deus não se afastou de mim, eu é que me distanciei dele.
Nunca me esqueço de uma frase dita pelo meu sábio namorado, ele me disse mais ou menos assim: Deus ao notar que estamos nos afastando dele, busca nos resgatar. Pelo amor ou pela dor esse resgate acontece. Desde então repenso minha vida, meus atos na busca por respostas, por descobrir qual caminho Deus escolheu para o meu resgate.
Li hoje a seguinte frase: "Você sabe o que quer, mas foge do que precisa". Não quero mais fugir...
Um sentimento muito grande de decepção se abateu sobre mim essa semana. Apesar de meus defeitos, que apresento como qualquer outro ser humano, não me considero uma pessoa ruim. Depois de anos, realmente anos sem sentir na pele o gosto amargo da fofoca e maldade alheia, essa semana retornei à realidade de cidade pequena e dos "olhos nas costas".
Me senti triste, realmente desapontada, mas enfim, cidade pequena, pessoas pequenas, mentes pequenas, e assim sucessivamente.
Pra ser mais sincera, acho que o mais me machucou nessa história é o fato de que isso não atingiu só a mim, muito pelo contrário, o alvo não fui eu, fui apenas o laranja, o tema, o assunto. Mas, há tempos que busco tirar uma boa experiência de tudo que acontece em minha vida, ainda não sei exatamente qual será o lado bom disso, mas estou atenta. Estou atenta.
Hoje, exatamente no dia 22 de setembro inicio a contagem regressiva para o fim do ano. A partir do cem; cem dias para o fim do ano, cem dias para o fim de uma Era, cem dias para um novo começo.
Nesses cem dias, buscarei a Deus, estudarei o máximo possível, terei meus amigos por perto, desejarei ter você perto mais ainda, tentarei ser uma pessoa melhor em todos os aspectos, mas a perfeição eu deixarei de lado. Pois eu não sou perfeita, assim como todos ao meu redor, sou só mais uma que vive, e sorri, e chora, e canta, e sonha e ama.
Sabe, eu realmente sou uma boa pessoa, mas consigo variar de acordo com a clientela ao meu redor. Dependendo da ocasião, ver meus dentes não significa que estou sorrindo! Como eu disse, não sou perfeita. Alguém aí é?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tem como não amar?

Pra ser bem sincera ando sem tempo e sem inspiração, e o blog tem sofrido baixas consideráveis com isso.
E além disso confesso que ando com verdadeiro fascínio por cachorros. Sou apaixonada por eles, independente da raça, da idade, enfim, cachorro é meu ponto fraco. Pior ainda se for filhote, aí me ganhou!
E nessa onda de falta de inspiração e paixão pelos caninos decidi postar algumas fotos engraçadas, fofas e únicas que só a alma canina consegue produzir e que só os apaixonados por cachorros conseguirão apreciar.
Lá vai...
Você sorri quando vê esta foto? Eu sorrio!

Nada como a persistência canina!


Pra que tanto charme?

Pra que? Pra que?

Nadando "cachorrinho" literalmente!(piada sem graçaaaaa, mas enfim.)

Instinto materno. Coisa inexplicável!

E esse sorriso? Inexplicável!

Me ganhou!

Me fez rir!

Me fez dizer: OUUUM!

Me fez dizer Ouuum de novo!

Sem comentários!

Ela tentou comer o amiguinho da foto acima nos bastidores, mas fica em off! Rs*

Brincadeiras e fofuras a parte é fato que no Brasil e no mundo a violência contra essas criaturas tão puras ainda são constantes e vistas como algo normal e sem a relevância necessária perante governos e legislações. Não sei vocês, mas para mim quem comete algo contra tais criaturas tem algo de anormal.
Que fique claro que a violência contra os animais não se restringe às espécies caninas, muito pelo contrário, os casos são abrangentes e diversos alcançando animais em situações inimagináveis em circos, rodeios, touradas, zoológicos ou mesmo na cultura da pecuária tão comum em nosso país.
A inocência nesses olhinhos, a alegria demonstrada através de caudas abanantes e descontroladas, o carinho presente em cada lambida babada e em cada latido estridente. Quer sinal maior de superioridade? Quer sinal maior de amor incondicional? Quer sinal maior de que maltratando um animal você maltrata a Deus? 
E parafraseando Gandhi: Quanto mais puro for o coração, mais perto estará de Deus.
Eu cuido, eu amo e denuncio.


Agora me diz, tem como não amar?

sábado, 3 de setembro de 2011

Bolas de gel




12 anos antes...

A casa era um tanto quanto diferente. As paredes ostentavam um tom cinza, característico do cimento enquanto que no chão esse tom acinzentado aparecia somente nos locais onde a terra vermelha não marcasse presença.
Me lembro de duas cadeiras de área, dessas feitas de ferro e tiras de borracha. Lembro-me de duas crianças, um caderno, uma caneta e milhares de sonhos e planos em suas cabecinhas.
Normalmente o clima era sempre quente.
A menina, sentada na cadeira com o caderno e a caneta nas mãos buscava, quase que em uma batalha silenciosa acompanhar o ritmo acelerado com que as idéias pulavam e transbordavam através daquele menino. Ela ria, sorria, escrevia, falava, sonhava e vivia tudo criado por aquelas milhares de sinapses e sonhos aprisionados.
Olhando tudo de cima, de longe, do futuro consigo ver esses dois sonhadores cercados por todos os seus personagens, conversando com todos eles, sonhando com todos eles, vivendo uma vida mais colorida que a maioria.
Era sempre uma aventura.
A vida tinha trilha sonora. Os braços eram cordas, as ruas pavimentadas eram enormes montanhas e serem escaladas. Todos eram personagens, heróis, mocinhas, vilões e mártires de acordo com o acaso. 
Anos depois..a vida não tem o mesmo cheiro de chiclete que tinha naqueles dias. Cada personagem hoje carrega nomes e funções diferentes, a vida impôs seu roteiro, o elenco o seguiu.
Mas hoje, hoje eu tive um vislumbre desse antigo filme.
A casa, as cadeiras, as cores não eram mais as mesmas e o menino já era homem e a menina uma mulher .
Mas no fundo, por trás de toda aquela casca, na batida daqueles corações, nas cores pulsantes em cada pensamento e na força daquela amizade ainda eram os mesmos de doze anos atrás. Doze anos de sonhos, planos e amor escritos, vividos, sentidos.
Hoje...

Senti saudades, senti orgulho, senti amor, senti o seu abraço na despedida.
Senti que apenas o cenário mudou, no fim de tudo ainda desejamos, e sonhamos, e pensamos, e queremos as mesmas coisas em nossas cabeças e nossos corações. Nossas cadeiras esperam por nós todos os dias, o velho caderno pede para ser preenchido, a velha amizade pede pra crescer e fortalecer, no mundo imaginário e no real.

Eu amo você..e todos seus personagens!
(ps: o vídeo serve apenas de trilha sonora, como em nossos sonhos e filmes imaginários.Achei a música adequada, para o clima de nostalgia e saudade!)


domingo, 31 de julho de 2011

Mulher de fases

No decorrer da nossa curta existência terrena existem fases pelas quais inevitavelmente, todos nós passamos.
De inicio a fase reflexiva, quando ainda somos seres pequeninos, banguelas e carecas.
Altamente dependentes e charmosos. Apaixonantes diria eu, com o nosso cheirinho característico e nossos pezinhos gorduchos.
Alguns anos depois, poucos anos, e entramos na fase da meninice.
Já temos dentes- que viremos a perder em seguida - cabelo de sobra para colar chicletes e cortar com a tesourinha da escola. Uma fase maravilhosa!
Chego mesmo a afirmar que, para mim, esta é a melhor fase da vida.
Inteligência suficiente para certa independência e para traquinagens das mais variadas.
Porém, fragilidade e charme que ainda nos dá direito a colo e chamego, no momento em que nos cansamos de independência, e queremos colo de mãe.
Sem preocupações, sem responsabilidades, sem juízo e sem vergonha. Alguém quer mais?
Contudo, se tratando de apenas mais uma fase, ela passa.
Crescemos, mudamos e chegamos à terrível e temida fase da adolescência.
Cheia de espinhas e mau humor é a fase mais intensa de nossa trajetória.
Sentimos com cada parte de nosso corpo. Amamos demais, choramos, sofremos, brigamos e rimos com toda a insanidade normal de um adolescente comum.
A adolescência é a fase na qual vivemos pouco o hoje, e sonhamos muito com um amanhã. Tolice, diria eu.
Com um pouco menos de espinha no rosto e calmaria no coração chegamos à juventude.
Nem adolescente nem adultos. Um meio termo, uma trilha curta onde abandonamos a infância e seu cheiro de chiclete, nos livramos da rebeldia adolescente e nos acostumamos com a idéia de que  chegamos aonde tanto desejamos.
"VOU TIRAR CARTEIRA DE MOTORISTA!" É o primeiro pensamento desta fase.
É uma curta etapa, quase que uma estação do ano. A saída do casulo.
A fase adulta é longa e cheia de coisas assustadoras. Responsabilidades demais, contas demais, planos demais, dinheiro de menos. É o momento onde o universo nos olha frente a frente, olhos nos olhos e nos fala: É com você.
A infância, em certos momentos quer voltar a nos dominar, e sentimos aquela necessidade do aconchego da família, de acordar tarde, de dormir tarde, de não ter nada na cabeça.
É a fase onde mais vivemos. Onde construímos tudo que sonhamos tempos atrás.
A velhice chega quase que silenciosa. Algumas rugas, óculos, uns fios prateados, a postura cada vez mais encurvada e no fim resta apenas a calmaria que somente a sabedoria de anos e anos conjugados no passado possibilitam.
É a fase onde mais se olha para trás.
Um período feito de memórias, fotografias, histórias, fantasmas, roupas sociais, baralho na praça e ajuda ao próximo.
Mas, como eu não sou uma pessoa comum, eu tenho uma fase a mais.
A FASE DA CHATICE!!
Ta bom, eu confesso: ando insuportável!
Normalmente eu já apresento rompantes de mau humor e afins, porém, ultimamente a adolescência tem estado ativa demais neste pequeno ser que vos escreve. PQP, alguém ta a fim de conviver comigo por uns dias?!
Tudo bem, posso estar exagerando um pouco. Talvez seja pelo fato de que conviver comigo 24 horas por dia tenha me deixado de mau humor. O meu mau humor tem me deixado de mau humor!
HAHAHAHAHAHAHAHAHA!
Mas eu tenho uma teoria. Tudo isso é falta de chocolate e do meu namorado.
A monografia é que tem sofrido sérias baixas. Penso demais, mas nada que tenha relação com o que na verdade eu deveria estar pensando o tempo todo.
Um balanço geral: tenho pensado muito em coisas nas quais eu nem deveria pensar ,para pensar em coisas que deveria estar pensando o tempo todo, mas que não tenho conseguido pensar, porque penso demais em tantas outras coisas.
Sério, está um caos aqui!
Talvez seja o efeito da "reta final".
Aquela loucura que acontece quando vamos nos mudar. A casa de pernas pro ar, caixas e coisas embaladas em jornal espalhadas por todo lado.
Você quer sair, você quer sentar, você quer ir. Você sabe que vai, por isso está tudo arrumado. Mas você ainda tem que esperar, no meio de toda essa bagunça de caixas, sacos e pensamentos.
Uma fase de mudanças.
A fase pela qual tenho esperado.
Uma fase de conclusões e novos horizontes.
Um encerramento de uma era. O começo de uma nova vida.
O universo já me olha nos olhos. Seu dedo indicador balança imponente à minha frente, e ele diz: "Agora é com você!"
Eu penso: "Adorei esse esmalte!" e sigo na minha vida, indo por caminhos diversos, entrando e saindo de fases boas e ruins, olhando pro lado e vendo que, os sorrisos que me acompanham em cada uma dessas fases são a minha razão de seguir em frente, para uma nova fase, para uma nova vida.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Duas metades iguais

Somos idênticos e completamente diferentes.
Somos um em dois, somos dois em um. Somos metade e todo. Somos nós.
Somos dedos feios, cabelos rebeldes, sorrisos largos e meias nos pés.
Somos pão de leite, com leite, com pipoca, com ovos mexidos na madrugada. Somos o apetite.
Somos a perfeita simetria.
Somos as melhores imperfeições, as piores qualidades.
Somos exatamente como devemos ser.
Somos dois pares de óculos, uma chuteira e uma sandália plataforma.
Duas raquetes de tênnis, um amontoado de livros e mãos dadas.
Somos nomes carinhosos, gírias engraçadas e chantily.
Um quadro na parede, quebra-cabeça e uma saudade imensa.
Somos um beijo no pescoço, uma mordida na barriga e cócegas na palma das mãos.
Somos o que há de melhor.
Somos a metade da laranja, a tampa e a panela, o queijo e a goiabada, o gato e o rato.
Somos eu e eu, você e você, eu e você, você e eu. Sem saber onde começa um e termina o outro.
Somos a distância, somos o tempo passando.
Somos corações acelerados, respiração ofegante e golpes de jiu-jtsu.
Somos a saudade no peito, a computador ligado e um celular tocando.
Somos um ônibus chegando, um carro partindo, um último beijo salgado.
Somos a corrida de reencontro, o abraço apertado, um primeiro beijo salgado.
Somos dias atoa, tarde perfeitas, noites românticas.
Somos cerveja sem álcool, sucos aguados e uva-passa.
Animais de estimação, jogos no vídeo game e o aconchego do sofá.
Somos risadas molhadas, piadas antigas, histórias e detalhes particulares. Habitantes de um mundo particular.
Somos sorrisos congelados em fotos e memórias.
Somos a amizade de nossos pais.
Somos o destino e o acaso.
Somos dois adolescentes curtindo a vida, duas vidas se cruzando constantemente.
Pedaços se encontrando.
Um amor que tinha ser, que foi, que é, que será.
Seja em qualquer tempo ou conjugação.
Somos atemporais.
Somos tempestade e calmaria, paciência e impulsividade.
Somos aparelhos nos dentes e piercing no umbigo, esmalte nas unhas e varas de pescar.
Somos miojos elaborados e doces caseiros.
Camisetas amassadas, lingeries e edredons.
Somos um suspiro de olhos fechados, cheiros familiares, Jack Johnson e poker.
Somos beijos ao acordar, beijos ao almoçar, ao entardecer, ao adormecer, durante o adormecer.
Somos os sonhos mais profundos de duas pessoas que são felizes por terem se encontrado.
Somos o ontem que se foi.
O hoje que está indo.
O amanhã que ainda virá.
E, somos o pra sempre, que nos foi dado de presente, cinco anos atrás, para que o nosso amor corra livre através de nossos corações, do tempo e do espaço.
Somos feitos um pro outro, feitos pra durar.
Uma luz que não produz sombra. (HG)
Eu amo você Pedro Marcos Maciel, por tudo que somos, por tudo que você é, e por tudo que você faz com que eu seja.
E se me perguntarem por que eu sou feliz, eu direi que é por te você ao meu lado.



Te amo pra sempre! Sua mina, Gabi*

domingo, 3 de julho de 2011

É realmente INCRÍVEL !!

A casa é só silêncio.
A dor no pescoço, ocasionada pelo excesso de tempo em frente ao computador faz com que minha cabeça tombe para o lado esquerdo e repouse sobre a mão.
Sem perceber, meu polegar pressiona a artéria que passa em meu pescoço.
Penso.
Fecho meus olhos e tento imaginar o movimento dentro de mim.
É quase que insano pensar no ritmo constante com que nossos corações batem.
Tum-Tum.
Infinitas vezes; repetidas vezes; Tum-Tum. Tum-Tum.
Agora, de olhos fechados, apenas sentindo meu coração com as pontas dos dedos, fiquei imaginando a dinâmica que acontece dentro de todos nós, sem que percebamos e muitos menos possamos controlá-la.
Milhares de moléculas, células, átomos, glóbulos multicoloridos movendo-se a uma velocidade vertiginosa.
Substâncias químicas fluindo através de sinapses. Um efeito dominó. Ao cair da última peça o pensamento é criado.
Enquanto isso, uma grande massa muscular ecoa seu som grave e marcante.
Tum-Tum...Tum-Tum...Tum-Tum..
É ele o motor.
Tempos atrás, olhando uma revista enquanto esperava para ser atendida no consultório odontológico, vi e li uma matéria que destacava as diferenças entre o cérebro de um homem e o de uma mulher.
Nesta matéria, o autor, que não me recordo o nome agora, somente que este era um psicólogo, destacou diversas divergências nos dois casos. Porém o que mais me interessou foi a parte onde ele falava da audição da mulher. Segundo ele, a mulher tem uma audição mais desenvolvida que o homem, sendo esta característica uma herança da mulher primitiva, pois em situações onde o homem estava ausente, a mulher necessitava estar sempre muito atenta a qualquer situação de perigo, através dos sons ao seu redor. Além disso, sons agudos despertam mais facilmente uma mulher, pois estes se assemelham com o som emitido por seus bebês.
Enquanto escrevia isto, ao longe, eu ouvia um som, repetitivo e constante.
Fechei meus olhos.
"O chuveiro!" pensei eu.
Nada como uma audição super desenvolvida para situações de risco de morte, bebês pedindo alimento e chuveiros pingando.
Estou com uma pergunta martelando em minha cabeça.
Qual foi a coisa mais incrível que você já viu? Você, no caso, eu.
Bom, eu nunca vi o Sol se pôr no oceano, e está aí uma cena que eu realmente gostaria de presenciar.
Me lembro, quando era menina, que as tardes chuvosas eram as minhas preferidas.
Deitava-me no sofá na casa de minha vó e torcia com todas as minhas forças para que ela fizesse "bolinhos de chuva" e para que passasse "A lagoa azul" na sessão da tarde.
Esse era meu exemplo de um dia perfeito.
Lembro-me de uma cena neste mesmo e antigo filme na qual o capitão, aquele velho senhor que criou as duas crianças, falava às mesmas que no momento exato em que o Sol toca o oceano quando este está se pondo, é possível ouvir o som do calor contra a água salgada.
Sempre me aproximava da televisão neste momento, e podia jurar que em muitas das vezes, eu realmente escutava.
Essa não foi a coisa mais incrível que eu já vi. Foi a coisa mais incrível que eu já imaginei ter visto e escutado.
Eu já vi um eclipse total do Sol.
Se fechar os olhos agora, consigo sentir a textura do "negativo" de fotografia em minhas mãos, e vejo em minha frente aquela coroa raios de fogo e calor. Foi extraordinário.
Essa não foi a coisa mais incrível que eu já vi. Foi a coisa mais incrível que eu vivi.
Eu já vi uma pessoa morrer.
Não foi nada trágico, nem dramático. Foi algo mais parecido como a chegada de alguém que tinha avisado que iria nos visitar um dia, e esse dia chegou.
Se fechar meus olhos agora consigo sentir o cheiro daquele quarto, escutar as vozes e as orações feitas pelas pessoas aos meu redor - inclusive a minha. Posso ouvir aquele som rouco e grave que surgiu e se foi, levando consigo o ritmo daquele coração ancião.
Essa não foi a coisa mais incrível que eu já vi. Foi a sensação mais incrível - e assustadora, que eu senti.
Eu já evitei que minha casa fosse assaltada.
A casa também era só silêncio naquela noite, e minha audição foi minha aliada fiel. Porém, foi a sensação de "olhos atrás de mim" que me levaram a ver aquele rosto através do vidro, rastejar até o telefone, chamar meus pais e encontrar um raquete de tennis no escuro.
Se fechar meus olhos agora consigo sentir meu coração acelerado, sentir o frio do azulejo em minhas mãos e joelhos e ouvir a voz do policial outro lado da linha. "Respira e me fala seu endereço mocinha!"
Essa não foi a coisa mais incrível que eu já vi. Foi a prova mais incrível de que os instintos de sobrevivência realmente existem.
Eu já roubei um beijo.
Fazia calor e nossas mãos suavam uma de encontro à outra. Era noite. A rua estava vazia enquanto eu estava cheia, de vontade, vergonha e curiosidade.
Se fechar meus olhos agora lembro-me do sabor do chiclete, consigo ouvir o som dos meus passos ao seu encontro. Consigo sentir meu peito arfando, ver seus olhos e sentir a primeira sensação nossa. O momento em que a semente germinou.
Não foi a coisa mais incrível que eu vi. Foi o beijo mais incrível que eu roubei, e que roubou meu coração.
Sempre digo que acredito realmente que deveríamos ter várias vidas. Ter tempo. Não ter fronteiras, não ter barreiras, não ter limites.
Não sei qual a é a coisa mais incrível que eu já vi, só sei quais são as coisas mais incríveis que eu quero ver e viver.
Quero ver a cidade do alto, de cima de um balão.
Quero a sensação fria de um anel especial e minha mão esquerda. Quero ver seus olhos, nos meus olhos ao dizer sim a esse anel.
Quero fazer amigos a cada dia, por onde eu for ou viver.
Quero ver minha barriga crescer.
Quero ter 15 cachorros.
Quero derramar chantily direto da lata na minha boca.
Quero ter milhares de pares de sapatos e só usar pantufas.
Quero aprender a cozinhar.
Quero fazer o bem a quem não tem ninguém por si.
Quero ouvir sua respiração enquanto você dorme.
Quero jogar partidas intermináveis de UNO.
Quero uma cafeteira e uma lavadora de louça.
Quero ir a um show do Engenheiros do Hawaí.
Quero uma conta premiun de downloads.
Quero ser feliz.
Quero uma caneca do Jô.
Quero meu amigos felizes.
Quero amar.
Quero ser amada.
Quero continuar amando.
Quero eu e você infinitamente.
Quero fechar meus olhos e sentir que valeu a pena.
Quero ouvir meu coração batendo sem entender o milagre que acontece dentro de mim. Só sentir.

E qual foi a coisa mais incrível que você já viu?

Vocês eu não sei, mas pra mim, foi a transformação da Gorette no Pânico na TV.
HAHAHAHAHA!
É tão bom viver não é?
É realmente INCRÍVEL!



Tum-Tum...Tum-Tum....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Escrever, Rezar, Amar!

Olhei pro meu quarto hoje e pensei "SE MEU QUARTO ESTÁ DESSE JEITO, COMO ANDA A MINHA VIDA?!"
Vida...
Assisti a um filme hoje que me fez pensar muito sobre a vida e todos os acontecimentos em seu decorrer, ele chama-se "Comer, Rezar, Amar". RECOMENDO! (Detalhe, o cara era muito gato. Massa mesmo! RECOMENDO).

Mas enfim, eu o assisti na madrugada, com a casa silenciosa, uma lata de leite condensado ao meu lado, atraindo as formigas para me acompanharem na última sessão da noite.
O que é viver então?
Será ela, comer, rezar e amar? (Pode ser!)
Será ela estudar pra terminar o colegial, depois estudar pra passar no vestibular e novamente estudar?
Trabalhar, conquistar um patrimônio sólido e pronto?
Ou será estudar e conquistar apenas o suficiente para poder comprar um bom livro de histórias e lê-lo a seus filhos e netos?
De uma coisa eu tenho ABSOLUTA certeza: TODOS já pensaram sobre a vida, sobre sua própria vida e os rumos que ela tomou.
Se meu quarto é uma bagunça imagine como é a minha cabeça!
Uma desordem, um turbilhão de pensamentos e sentimentos.
Uma dose de Tequila, um remédio para dor de cabeça, um filme de guerra e uma bala de café. Tudo junto, misturado, sem se misturarem, assim como as roupas jogadas pelo chão.
Certo personagem deste mesmo filme disse a seguinte frase:
"SE VOCÊ NÃO CONSEGUE CONTROLAR A SUA MENTE, COMO PRETENDE CONTROLAR A SUA VIDA?"
E sabe exatamente o que eu estou pensando agora, às quatro da manhã, deitada em minha cama com uma caneta BIC na mão?
Que eu tenho duas provas amanhã, uma quantidade absurda de coisas para ler e estudar e simplesmente não consigo para de pensar, de imaginar e de escrever.
Humberto Gessinger fala em um trecho de seu livro que há um oceano em nossas cabeças, e que as idéias que extrapolam os limites dela são apenas as ondas que quebram na praia.
Há  tempestade em auto mar - pensei eu, e tem chegado ondas demais neste momento! Uma ressaca psicológica.
Então...
Se eu não tenho controle sobre minha mente, isso significa que ela me controla. Se ela me controla, necessariamente, a mesma é que está na boléia da minha vida. E,se minha mente é uma desordem de excesso de imaginação e criatividade inútil, imaginem minha vida!
E eu, definitivamente, preciso arrumar o meu quarto! Colocar um pouco de ordem no caus.
Mas aí vai mais uma pergunta: E se a vida não fizer muito sentido? Não tiver nenhuma explicação ou manual de instrução?
E, se ela tiver, mas eu ainda não o encontrei devido às roupas, sapatos e livros espalhados pelo chão?
Se alguém já encontrou me avise que eu quero uma cópia, ou eu empresto o meu pen drive.
Sabe, minha mente se acalmou agora. Sempre acontece isso quando penso em pen drives. Não que eles me acalmem, pelo contrário, eles costumam fazer estragos em minhas mãos, por isso esqueço tudo quando vejo aquela luz piscando. Uma arma legalizada, um destruidor silencioso de computadores, mas que cabem tantaaas músicas e até tem um lugar pra pendurar um chaveirinho. Um charme.
Mas, voltando ao assunto, foco Gabriela.
Ouço um zumbido agora, um som irritante e involuntário em meus ouvidos, deve ser algum sinal de sobrecarga, ou o motor ligou a "ventuinha". Algo como um eco das palavras que passam por minha cabeça, minha mão, meus olhos e ouvidos, transbordando até repousarem no papel.
Não sei se alguem já notou, mas eu sou uma pessoa muito inquieta.
Não costumo me conformar com o comum, com pouco, com a normalidade. Sonho demais.
Às vezes chego a pensar que vivo duas vidas. Na primeira vida sou eu mesma, mesmo rosto, mesmo nariz grande, mesma cor de esmalte, mesma bagunça no quarto, mesmo coração e mesmo motivos em suas batidas. Na outra vida, sou tudo aquilo que poderia ter sido, sou menino, tenho asas, sou pai e mãe, sou família. Sou páginas de livros que não li, cenas de filmes que não assisti, sou desejos que poderiam terem se realizado. Sou "E se...".
Acho que eu sinto demais. É algo como tomar as dores e alegrias do mundo para mim, para senti-las em meu coração. Eu choro assistindo desenho animado, às vezes de alegria, as vezes por que o Coióte nunca alcança o Papa-Léguas.
Mas se me perguntarem se eu queria "não sentir". NÃO! É bom sentir. Não ser indiferente.
Indiferença é uma palavra cinza você não acha? Apagada. Sem sentimento e opnião, e isto está longe do ser humano que eu quero ser e busco ser a cada dia. Como diria uma linda amiga que eu ganhei de presente dos meus amores MACIÉIS, eu não sou cinza. É bom não ser!
Mas, voltando ao assunto da vida. A vida, o que eu desejo para minha vida?
Será que meu desejo é meu diploma?
Estarei realizada quando o tiver em minhas mãos?
EU NÃO SEI. Essa é uma frase que eu realmente não gosto, por isso uso ela com tanta frequência, assim como muitos seres estranhos e interrogativos como eu.
É uma espécie de Mantra. EUUUUM NAUUM SEI..EUUUMMM!
A única diferença é que por não ser cinza busco as respostas. Ainda não sei. Ainda!
Deveria fazer terapia. É, isso aí!
Conversar com alguém que vibre em outra frequência, que SAIBA já, em tempo real. Ver minha vida, me ver por outros olhos. Pôr a cartas na mesa, pegar as roupas do chão.
SABER!
Contudo, sei algumas coisas. E uma delas é que, definitivamente, meu verbo é AMAR.
Por que eu amo.
Amo coisas e pessoas. Todas tão diferentes que encontro semelhanças; tão singelas (amo essa palavra por sinal!) que são esses pequenos detalhes que mostram o melhor de mim, para mim. Um espelho.
Eu amo escrever e ler. Tenho verdadeira fascinação pela palavra escrita, pelo poder de se criar mundos tendo uma caneta BIC e uma folha em branco nas mãos. A mente voa, livre. Transborda em um Tsunami de descargas eletro-químicas. É pura magia!
Talvez seja essa minha terapia. Talvez seja essa a resposta para todas minhas perguntas.
Amar, simplesmente.
A verdade é que não concluí nada de muito concreto depois de tanto pensar, madrugada a dentro, vida a fora. Contudo, esse relato, essa válvula sempre me ajuda a perceber que o importante da vida não é alcançar todos os seus objetivos, mas estar a caminho. Buscando. Vivendo. Amando!
Esse filme tem um ótimo título. Vou adotá-lo como meu mantra a partir de agora, com apenas uma alteração. Como comer é um ato quase que instintivo decidi substituí-lo por ESCREVER.
ESCREVER, REZAR, AMAR.
Um bom tripé, um bom mantra, uma boa vida, regada a gramática e palavras a conhecer; Com Deus como conselheiro e amor como a base.
Por que eu amo!
Como eu amo...

Gabi*

sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Ela era especial!"

Essa semana o céu está mais azul vocês repararam?
O frio não tem sido tão intenso - o que é uma pena - e os dias gelados só restaram nas cenas de certo filme europeu ruim.
O sol tem brilhado com todo seu clarão e até tivemos um eclipse. O universo anda a todo vapor, uma verdadeira festa no céu. Um pedacinho dele voltou pra casa.

Voltando ao passado...

Anos atrás, em uma noite enluarada, a imensidão do firmamento se voltava para uma singela casa, situada na RUA DA LIBERDADE.
Estrelas cadentes acompanhadas por uma lua inflada e magnífica admiravam Deus em sua forma mais real.
Um nascimento.
Pequenos seres dotados de quatro patas abririam seus olhinhos e abanariam suas caudas pela primeira vez.
Porém, a distância era tão grande que apesar do brilho das estrelas e da Lua, os habitantes do infinito apenas ouviam os gemidos e a respiração ofegante de uma mãe prestes a dar a luz.
Pensando nos pequenos seres que estavam prestes a adentrarem o universo, a Lua,  em um instinto materno, inspirou com toda força o ar gélido da madrugada e soprou as estrelas ao seu redor.
As filhas iluminadas da grande senhora da noite, entendendo o desejo de sua mãe, entregaram-se à brisa, deixando que pequenas partes de seus sorrisos incandescentes fossem carregados livremente.
Poeira estelar; pedaços de céu; essência divina; sorrisos cadentes.
No momento em que essa brisa chegou à rua da liberdade, uma minúscula massa de negros pêlos dormia serena, com sua barriguinha voltada para cima. E foi bem aí, nessa pequena barriguinha canina que o sorriso das estrelas repousou, soprando a negritude para seu dorso, deixando com um brilho de ouro parte de suas patas, sua barriga e seu olhar.
"Ela será especial!" A mãe Lua sorriu.
Tendo na Terra um pedacinho do infinito, os astros e estrelas mostraram-se rigorosos quanto à escolha dos guardiões daquele pequeno ser. E para isso foi providenciada uma família iluminada.
"Assim ela se sentirá em casa" Sussurraram as estrelas em coro.
E ele a encontrou. Faceira, com suas patinhas curtinhas e fofas, seu abanar singular de rabo e seu sorriso canino com sua linguinha um pouco grande demais exposta. Ela adentrou o coração dele na hora.
"Ela é especial" Sorriu e afirmou o guardião escolhido.
Sem dificuldades nenhuma ela encontrou seu pedaço de céu na Terra, entre aquelas pessoas, com  aquela família.
Os anos se passaram e a singela bola de pêlos tornou-se uma fêmea imponente em seu porte.
"Para um coração do tamanho do Universo, não poderia ser diferente!" Orgulhava-se a mãe Lua, enquanto iluminava o lar da família e da pequena estrela, que mais uma vez dormia com seu ventre voltado para o lar de origem.
Mudanças ocorreram, e o senhor dos dias e das horas, O tempo, voltou seus olhos para a pequena cidade, para a casa amarela, para seus habitantes, para a nossa Brenda.
"Está na hora dela voltar pra casa." Afirmava O tempo, dando pequenas palmadas na chorosa Lua minguante.
Desempenhando sua função com extremo louvor, os guardiões lutaram diariamente, de longe, de perto, de todas as formas possíveis. E a mãe Lua sorria com seu sorriso de vírgula, torcendo silenciosa para que de alguma forma as preces fossem ouvidas e aquele brilho não se apagasse.
Mas o senhor do passado e do futuro, estreitando seus olhos sempre voltava a afirmar "Está na hora dela voltar pra casa."
E foi aos quinze dias do sexto mês de 2011 que o universo ficou finalmente completo. Ela finalmente voltou pra casa.
"Ela era especial."
A saudade já machuca os guardiões e eles choram a todo momento. Perder um pedacinho do céu não é simples, é doloroso!
Mas hoje à noite eu conversei com a mãe Lua.
Ela me disse pra não nos preocuparmos, a nossa Brenda está muito bem.
Disse-me também que cada noite estrelada é o olhar dela que se volta para a Terra, procurando por sua família, lhes mostrando o caminho a seguir no dia em que se reencontrarem.
Com meus olhos úmidos eu supliquei que a chamasse, que pedisse para ela me mandar um sinal de que tudo realmente está bem.
E com toda a paciência que só uma mãe tem, a matriarca do universo disse em sussurro, que a chamaria sem problema algum, mas que nesse momento ela dorme calmamente, não mais com seu ventre para cima, mas lado a lado com uma pequena fagulha de Sol, a quem carinhosamente chamavam de Lisa.
"Ela está bem!" Suspirei.



SENTIMOS SAUDADES BRENDINHA!

Gabi*

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Better Together

Dois anos!
Ainda me lembro daquele dia, das suas malas arrumadas, a caminhonete carregada, o quarto vazio.
Você realmente ia embora.
Dois anos!
Tanta coisa cabe dentro de dois anos.
Pessoas nascem, morrem, se casam, ganham na loteria e nós ainda estamos aqui. Eu aqui, você aí.
Cheguei à conclusão de que dentro desse nosso romance tão particular mais uma singularidade pode ser adicionada: nós temos dois aniversários de namoro.
O tradicional, no dia 25 de julho, dois dias após aquele memorável baile do Texas. O dia do beijo roubado!
E, o dia em que você foi embora, pois este dia definiu uma nova fase no nosso namoro. A fase da distância.
Sempre digo, e realmente acredito nisso que digo, que a distância torna TUDO mais intenso.
A saudade torna-se um sentimento quase que palpável.
O ciúme dói muito mais.
As brigas bobas e insignificantes ganham proporções dramáticas e chorosas pelo telefone ou mesmo pela internet.
É tudo amplificado, inclusive e principalmente, o AMOR.
Se me perguntarem agora, se eu queria ter passado esses últimos dois anos ao seu lado, com toda certeza eu responderia que sim.
Mas, sempre que eu olho para mim, e vejo cada pedaço meu tomado por outra pessoa, por uma pessoa, pelo meu amor por essa pessoa, meu amor por você, eu consigo ser otimista e ver que tudo valeu a pena.
O amor também ganhou uma intensidade de 400 e tantos quilômetros de distância, saudade e paixão.
É fácil?
Não, não é fácil!
Mas quem foi que disse que amar é uma tarefa fácil?!
Encontra-lo é a parte fácil. Agarra-lo com todas as forças, superar os obstáculos e viver a vida lado a lado com esse amor é o que prova nosso valor, o que nos define como merecedores ou não desse presente.
Certa vez, você me mandou um depoimento com o trecho da música BETTER TOGETHER - JACK JOHNSON e essa música tornou-se, desde então, um sinal de como nós somos melhores juntos.
Nosso aniversário de namoro, o do dia 25 de julho está próximo. Nesse dia completaremos meia década, lado a lado. Dois insuportáveis se suportando por amor.
E eu amo, como eu amo!
E vou amar cada vez mais.
Cada vez mais forte e intenso.
Cada vez mais perto.
Cada vez mais eu e você, pra sempre! 


 MELHOR JUNTOS
 Não há uma combinação de palavras que eu poderia colocar no verso de um cartão postal
Nenhuma canção que eu poderia cantar, mas eu poderia tentar pelo seu coração
Nossos sonhos, eles são feitos de coisas reais
Assim como uma caixa de sapato cheia de fotografias com um tom de sépia do amor
Amor é a resposta, pelo menos para a maioria das questões no meu coração
Por que estamos aqui?

E para onde vamos?
E por que é tão difícil?
Não é sempre fácil e às vezes a vida pode ser enganadora
Vou te dizer uma coisa é sempre melhor quando nós estamos juntos

É sempre melhor quando nós estamos juntos
Nós olharemos para as estrelas quando estivermos juntos
Bem, é sempre melhor quando nós estamos juntos

É sempre melhor quando nós estamos juntos

E todos esses momentos podem encontrar um caminho para meus sonhos à noite
Mas eu sei que eles terão ido embora quando a luz da manhã cantar
Ou trazem coisas novas para amanhã à noite

Você verá que eles terão ido embora também
Muitas coisas eu tenho que fazer
Mas se todos esses sonhos encontrarem
Um caminho para a minha cena do dia a dia
Eu teria a impressão que eu estava em algum lugar no meio
Com apenas dois, só eu e você, não há muita coisa para fazermos
Ou lugares que devemos estar
Nós sentaremos embaixo da árvore de manga

 É sempre melhor quando nós estamos juntos
Nós estamos em algum lugar no meio, juntos
Bem, é sempre melhor quando nós estamos juntos

É sempre melhor quando nós estamos juntos

Eu acredito em lembranças, elas parecem tão bonitas quando eu durmo
E quando eu acordo, você está tão bonita dormindo ao meu lado
Mas não há tempo suficiente
E não há nenhuma canção que eu poderia cantar
E não há uma combinação de palavras que eu poderia dizer
Mas mesmo assim vou dizer uma coisa
Nós somos melhores juntos
 


(TE AMO PEDRO MARCOS MACIEL - Sua mina Gabi*)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um anjo banguela













Hoje eu conheci uma pessoa.
Um menino na verdade.
Uma doçura, com aqueles olhos pequenos de cílios enormes e negros.
Ele era lindo.
Sentado, me observava de longe, enquanto eu conversava com a responsável pela casa na qual o mesmo mora.
Um bebê!
Ele cheirava a leite e a carência; à infância e um pouco até de infelicidade.
A inocência imaculada pela linha tênue da ignorância.
Ele me disse "OI" com seu sorriso maroto.
Eu o respondi, com meu olhar mais amável, enquanto me perguntava "Como pode?"
Com um sorriso carregado de ternura perguntei:
- Quantos anos você tem meu bem?
Ele, colocando seu pequeno polegar na boca, respondeu:
-  Não sei. As pessoas me dizem que tenho quatro.
- Você é feliz aqui?
Perguntei, usando olhos e sobrancelhas para expressar bem minha preocupação!
- Acho que sim. Não conheço outra realidade.
Ele exclamou sorrindo para a mulher e para mim ao mesmo tempo. O pequeno polegar ainda na boca.
Vendo isso, a mulher com as mãos na cintura e as rugas marcando sua testa alva e protuberante me perguntou:
- Algum problema?
Ao notarmos o engano, eu e  meu pequeno amigo respondemos imediatamente.
- Não! Eu com minha mãos espalmadas à frente do corpo e ele se levantando e abraçando, com seus bracinhos gordinhos, a perna dessa mesma mulher.
- Muito pelo contrário! Disse eu, ao ver aquele sinal de intimidade e carinho, do abraço apertado naquela saia azul marinho.
Agradeci a ela pela atenção e com meu aperto de mão mais firme e orgulhoso disse:
- O mundo precisa de mais pessoas como você!
E com meus olhos úmidos me despedi do meu novo amigo.
Ele enfim tirou o pequeno dedo da boca.
Me mostrou um sorriso banguela, no qual a pequena língua ocupava o espaço deixado pelos dois dentinhos superiores.
Acenei!
Ele só me olhou, enquanto soltava a saia azul marinho, voltava o dedo à boca e sentava-se na escada.
Antes de dobrar a esquina vi pela última vez aqueles olhinhos; aqueles cílios negros; aquele polegar na boca, agora com os outros quatro dedos da pequena mãozinha levantados. Ele acenava pra mim!

Eu conheci alguém hoje.
Conversei com um anjo banguela.
Nos vimos e nos enxergamos em uma conversa não-verbal, transcendente, singular. Feita de sorrisos, olhares e polegares. 

Sabe aqueles momentos em que se pode sentir o cheiro de Deus?
Eu ainda o sinto em minha roupas.

(Uma história baseada em um encontro real descrita através de uma mente viajante!)

sábado, 4 de junho de 2011

Ah, os chinelos com meias!

Sou só eu que acho o inverno extremamente charmoso?
Sinto como se vivesse em um filme europeu de baixa qualidade. O vento, as folhas rastejantes, as roupas fora de moda, as toucas de lã, os narizes vermelhos e os chinelos com meias. Ah, os chinelos com meias!
Ouço a música da trilha sonora,  J’Ai Deux Amours – Madeleine Peyroux.

Nele as roupas são sempre coloridas, o ar cheira a café e as pessoas se sentam nas calçadas para aquecerem-se ao sol agradável de junho. Os cachorros dormem com suas barrigas peludas para cima, as crianças usam luvas, gorros, pantufas e casacos quentinhos, coloridos e engraçados enquanto correm atrás das folhas que ainda rastejam pelas ruas levadas pelo vento.
Eu reconheço: amo esta época do ano!
Me arrasto pelo interminável e úmido período do verão, já tirando os gorros do baú e imaginando como seria bom tomar um capuccino e ler um livro perto de uma lareira.
Confesso: sempre sonhei em ter uma lareira. E como este filme não se trata de nada além do que meros devaneios meus em um dia frio, nele, eu terei uma lareira.
Apesar de que não exista nada nesse mundo que eu abomine mais do que cheirar a fumaça, eu faria um esforço, pra ter esse luxo charmoso do fogo estalando e aquecendo o ambiente. Mais uma cena do filme em exibição.
O idioma falado é o Frances. O charme desse idioma e sua pronuncia cantada dá um toque especial.
A baixa temperatura tem o poder de aproximar as pessoas, tornando todas mais calorosas entre si. No decorrer do filme elas se abraçam mais que de costume, andam sempre próximas, mãos dadas, braços dados, beijos. O amor aquecendo os corações na falta de uma lareira.
O auge do filme ocorre com a cena de um casal, em um banco de praça. Ele sentado, acariciando os cabelo esvoaçantes de sua amada deitada em seu colo, usando um cachecol de extremo mal gosto. Ele pensou em dizer isto a ela, mas algo naquele clima etéreo, no aroma quente de café e naquele sorriso o fez mudar de opinião. " Ela nunca esteve mais linda!"
Esse filme provavelmente não faria parte dos candidatos ao Oscar.
Seria apenas uma janela para o charme que só o clima frio possibilita.
Já com as luzes acesas, o filme se encerra. 
Olho através de minha janela embaçada, meu rosto de encontro ao vidro úmido e gélido, ouço o vento.
As folhas ainda rastejam lá fora, o cheiro de café vem da cozinha, e a lareira é substituída pelo fogão ou mesmo pelo secador de cabelo ligado embaixo do cobertor. Do rádio vem a trilha sonora, em português. Um samba!
Com 400km de distancia entre o garoto, o banco da praça e os cabelos esvoaçantes, a menina só usa seu cachecol e seus chinelos com meias. Ah, os chinelos com meias!
Exatamente como imaginei!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O amor anda tão fora de moda!

Há momentos em tudo parece fora do lugar.
Exatamente nesses momentos que paro e penso: como sabermos o que é certo e o que é errado?
Como saber se meu lugar é no chão se nunca me deixaram voar?
A normalidade!
O padrão criado pela cultura da nossa sociedade é o ponto norteador.
Ele nos diz que o certo é a felicidade, e o riso estampado no rosto.
Mas, e se a normalidade for inadequada para alguns?
Mas, e se o normal fosse a depressão e o tédio? 
Imaginei...
 ...um lugar onde pessoas sorrindo fosse considerado uma patologia, uma anormalidade tratada e combatida com grandes doses de remédios, álcool e filmes melosos.
Terapeutas ensinariam as pessoas a chorarem e isolarem-se do mundo. Lenços seriam super valorizados e os palhaços seriam uma classe desempregada e em extinção. Considerados anormais dentro de seu esforço pela felicidade. 
Tão anormal!
E se o céu azul e límpido fosse considerado estranho?
Os dias nublados seriam agraciados por rostos cinzas através de janelas embaçadas  e úmidas.
Os pássaros não mais cantariam.
O som quase que seria extinto. Apenas se ouviria ao fundo um lamento, um murmúrio acompanhando o ritmo lento e intenso da infelicidade vigente.
As cores desbotariam gradativamente. A grama sempre seria amarelada e seca pra combinar com as flores desbotadas e fúnebres.
Porem, alguns poucos não se encaixariam dentro desse cenário.
Eles, olhariam para o céu cinza e imaginariam como seria vê-lo sem aquela camada de nuvens; como seria sentir o calor do sol a queimar sua pele e espantar toda aquela ausência de cor, de vida.
Começariam a se questionar. A viver.
Ensinariam os pássaros a cantarem, assoviando pelas ruas, sendo acompanhados por olhares de reprovação enquanto pintavam as flores com o batom escondido na bolsa.
Anormais! Aprendendo a arreganhar os dentes para o mundo e a sorrir para a vida.
Errados aos olhos dos outros.
Mas, quem foi que garantiu aos outros o direito de julgamento?
Quem seria realmente, o “dono da verdade”?
A verdade é relativa, não é única e imutável.
É inconstante.
É plural.
A minha verdade é particular, é de dentro para fora e nada tem relação com o ponto de vista dos que estão ao meu redor.
Eu gosto do céu cinza e dias nublados. Isso não quer dizer que o céu azul e um sol gigantescamente brilhante seja anormal. É apenas a verdade de outra pessoa e não a minha.
Tantas coisas acontecem ao nosso redor. O tempo todo, todo o tempo.
Nem sempre o mundo em que se vive é realmente o seu mundo.
Não se encaixar no mundo não é algo ruim. O mundo é tão grande e o universo é inimaginavelmente maior!
Existe espaço pra tanta diversidade quanto podemos imaginar ou pintar com batom.

Mais uma vez, imaginei...

E se o normal fosse todos vivermos em paz?
E se em nosso mundo, todos, independente de cor, raça, escolha sexual, limitações ou mesmo idade tivessem acesso a todos os ambientes culturais, educacionais e afins em perfeita harmonia?
Neste mesmo mundo, as crianças teriam a infância preservada e seus pais sempre estariam presentes na busca de seu bem-estar.
O dinheiro seria apenas um instrumento para se alcançar bens materiais. Seria dispensável, e não a meta de vida de tantos.
Os países teriam líderes comprometidos com o desenvolvimento responsável de seu país e seu povo. Patriarcas e matriarcas no sentido literal da palavra.
A natureza seria encarada como nossa maior riqueza. Viveríamos em plena harmonia.
Deus não seria culpado por nossos erros e muito menos pretexto para estúpidas lutas travadas entre iguais. Ele viveria entre nós. Caminharia descalço entre as crianças em uma escola; ouviríamos sua voz no barulho do mar; veríamos seu sorriso em cada arco-íris. 
Nós o encontraríamos em templos, igrejas e mesquitas. Ele seria negro, seria índio, seria branco, teria os olhos puxados, seria Alá, seria Javé, Jeová, Buda, seria Shiva. Teria um pedaço de cada um de nós, pois ele seria de um e de todos, ao mesmo tempo.
Os noticiários seriam aguardados com ansiedade. Famílias se reuniriam para sorrir e louvar as noticias tão abençoadas que recebiam do mundo. Uma janela.
As pessoas não morreriam jovens. Os idosos seriam vistos como símbolos se sabedoria e grandeza.
A infância seria intacta. Um direito previsto por uma lei atuante e real.
Os carinhos seriam puros.
Os pais, eternos. 
Os amigos, próximos. 
E o amor intenso e pra sempre.
Amar seria o verbo.
As almas gêmeas separadas durante o nascimento se encontrariam depois de anos de boas experiências, para à partir deste momento compartilharem uma vida a dois, com direito à várias eternidades.
As lágrimas teriam virado pó.
E eu, que sempre quis voar, ignoraria a gravidade, emprestaria o céu azul, pintaria flores cinzas, esperaria pela chuva e faria lágrimas com água em meu rosto vivo demais. Lágrimas de felicidade.
Não me encaixaria nesse mundo. Não por não apreciá-lo, mas porque hoje não me encaixo neste em que vivo.
Não entendo os preconceitos.
Não tenho forças para perdoar o absurdo que pais cometem com filhos.
Não vejo grandeza na maioria dos líderes do mundo.
Não aceito as verdades dos outros como minha.
Não me encaixo nos padrões.
Não ouço as mesmas músicas e nem mesmo assisto aos mesmos programas.
Não rio das piadas toscas e acompanho apenas a  moda que se adapta a mim, e não o inverso.
Prefiro livros a baladas lotadas de pessoas suadas e música ruim.

 Ainda pensando....

Quem é dita as regras?
Onde está o dono da verdade?

..respondi!
A minha verdade faço eu. O meu mundo faço eu. A minha vida vivo eu.

À noite, oro em português pra um Deus que me escuta em dialetos antigos. 
Ele tem a pele negra, vários braços adornados por jóias e mãos perfuradas pela nossa falta de amor.
Olhando meus pensamentos ele ri e ironiza:
  - Mas quem iria querer um mundo onde o amor fosse o combustível, minha filha? O amor anda tão fora de moda!
 - Tão anormal! Digo eu antes de cair no sono.