segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Jogo da vida

Nem sempre as coisas saem como planejado, e muito menos como desejamos.
A vida é uma coisa engraçada.
Você faz planos, sonha, batalha, busca e uma simples mudança pode criar milhões de novas possibilidades e inutilizar todas as suas ações até aquele momento.
Ao contrário de jogos de tabuleiro, a vida não te oferece apenas um caminho.
E os dados, na grande maioria das vezes não são jogados por suas próprias mãos.
Uma forte característica minha é sempre buscar compreender tudo, o motivo de certas coisas e buscar o controle, de minhas ações, sentimentos, sentidos, rumo e afins.
Acabo me frustrando constantemente, pois controlar algo tão grandioso e ao mesmo tempo singelo que é a nossa vida, não é um dom dado a nós, meros mortais.
Há momentos em que paro e penso: cansei!
Não consigo definir o cansaço, de onde ele vem, se é físico ou psicológico, só sei que estou cansada. Demais!
Em outros decido pensar menos, sentir menos, viver mais, aproveitar mais a vida, seja como ela for.
Também não consigo definir de onde surge tanta animação, dos amigos, da ausência de TPM ou de uma overdose de chocolate, só me sinto disposta a seguir a maré. Na paz do voo só...
Nem sempre sei como terminar um texto.
Quando me vejo, não sei definir sobre o que ele fala, se é que ele fala sobre algo. No meio de todo desabafo, me perco, e sem conseguir me achar, mudo de assunto. Sem controle da vida e muito menos das palavras.
O descontrole também predomina quando a questão é humor.
As oscilações são extremas, as baixas seríssimas, as vítimas quase sempre as mesmas, a culpada apenas uma.
Bom ter quem culpar, já que não tem como combater.
Se eu encontrasse um gênio da lâmpada nesse exato momento, e ele me concedesse apenas um mísero pedido eu pediria o controle total sobre minhas oscilações de humor (principalmente a nuvem negra que paira sobre mim em certos momentos). Que controle da vida o que, eu quero é menos alfinetadas involuntárias.
Porque, o chato da TPM não é o humor ruim, mas o descontrole do mesmo. Ser chata faz parte do meu charme, mas ser uma psicótica que quase morde a canela de quem sorri pelas ruas de um dia lindo e ensolarado, confesso, não me agrada muito.
E no final de tudo, sem gênio, sem controle de nada, a não ser da tv, a madrugada cresce em todo o seu esplendor e eu sei que no meu travesseiro ecoarão as mesmas perguntas através das madeixas loiras desta cabecinha acelerada.
Terei as respostas amanhã?
Olha, a única certeza que tenho é que às 10 horas, minhas sobrancelhas não serão mais as mesmas e que eu acordarei terrivelmente mal humorada, por acordar tão cedo. Um absurdo.
Que sacrifícios não faço por belas pestanas.
Ai, sou boa demais, até me surpreendo tem dias!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Duelo

E ela dança ao som da música.
Quase que eufórica. No ritmo alucinado de quem dança sem platéia.
Uma casa vazia. Na playlist, Adele.
Nas mãos uma taça vazia. Na cabeça uma idéia, e na geladeira um vinho.
A noite perfeita.
A não ser por um detalhe....
Ela já estava exausta, a cozinha revirada, gavetas jogadas, portas abertas e nada de encontrá-lo.
Ainda com a taça nas mãos, um tanto quanto descabelada ela senta-se no sofá. Derrotada e de volta à sala, Adele ainda tocando no som e a garrafa de vinho nas mãos. Fechada!
Ela pensa, chega a voltar à cozinha, e em meio ao caos decide tentar abri-la sem o saca-rolhas mesmo.
Não duvide do poder de uma mulher, sobretudo quando vinho+vontade de beber estão na mesma sentença, e apenas um instrumento pequenino de metal está entre ela e a realização do seu desejo.
Concentrada, mãos unidas sobre as pernas, uma das sobrancelhas arqueadas, olhar fixo na garrafa.
O tempo passa, a playlist muda e ela desiste.
Definitivamente, o dom de abrir garrafas com o pensamento não lhe foi dado.
Vencida e humilhada por aquela coisa insignificante de vidro verde, ela levanta, decidida.
Vai até o quarto.....
.....coloca suas pantufas, desliga o som e na companhia do bom e velho controle remoto vaga pelos canais em busca de algo interessante na madrugada, de preferência que não envolva vinhos, saca-rolhas e derrotas.

(Texto dedicado à minha amiga Chrys Lucena e seus talentos extraordinários. Love U!)

Um brinde...


Imaginem uma árvore.
Caixas coloridas cheias de laços e brilhos dispostas ao seu redor.
Bolas, estrelas, laços e anjos dão vida à ela. Luzes brilham no compasso de uma música típica dessa época do ano.
Crianças admiram deslumbradas, sentindo seus dedos pequeninos moverem-se involuntariamente. Ver somente com os olhos parece não bastar diante de tanta beleza.
As tradições renascem nesta época. Podemos ver meias cheias de feno, e alguns biscoitos para um velho e conhecido senhor.
A melodia flutua no ar juntamente com o cheiro agradável que vem da cozinha.
As mulheres se reúnem no ritual realizado à base de temperos, sabores e amor. Coisas de mãe, não se pode explicar, apenas sentir, com o coração e o paladar.
As risadas exageradas, os brindes constantes e as instalações elétricas de última hora ficam por conta dos patriarcas.
Há um quê de exagero, e até mesmo euforia no tom grave de suas gargalhadas. Talvez seja o álcool em excesso, talvez seja só alegria. E mais alguns brindes são realizados. VIVA!
As cores predominantes são o vermelho, os tons de verdes e o dourado. 
Longas toalhas vermelhas, velas acesas, estrelas e taças de cristal.
É uma noite regada a abraços, sorrisos e algumas lágrimas.
Os sentimentos ficam à flor da pele.
Histórias são contadas, lembranças trazidas à tona e alguns brindes à vida em família.
Em um determinado momento, em meio a brindes e mais brindes se iniciam as brincadeiras.
Todos em circulo, todos unidos, todos sorrindo e rindo em uni-sono. 
Doze badaladas.
Abraços.
Os presentes deixam o pé da árvore e adentram os corações de quem os recebe.
FELIZ NATAL!
Não mais se escuta as músicas natalinas, nem mesmo as risadas histéricas dos homens da casa, só os desejos sinceros que transbordam em cada sorriso, aperto de mão, carinho e afago.
FELIZ NATAL!
Ainda em circulo, copos de plástico, taças e canecas unem-se para agradecer a Deus pelo ano que passou, pela vida que vivemos, pela força nos momentos necessários, pela mão amiga, pela família perfeitamente imperfeita. Por sermos felizes, sem motivos, só pelo dom da vida que nos foi dado através do amor. UM BRINDE! 
E as gargalhadas tomam conta do ambiente, e a noite mais perfeita do ano segue rumo à sua única imperfeição: o fim. 
Mas ainda há luzes acesas na árvore e em meio aos papéis de presente jogados pelo chão vejo o espírito natalino. Ele ainda dança, no ritmo das cantigas de natal. Eu o acompanho, e em um brinde silencioso desejo atrasar meu relógio, controlar o tempo e impedir que essa noite termine.
Mas, sem êxito, apenas sorrio e levanto mais um brinde, afinal a árvore ainda brilha e ainda é NATAL.

FELIZ NATAL! 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


E meu coração quase sempre é uma vitrine.
Exponho minha alma, coloco tudo à venda.
Alguns jogam pedras, outros admiram, e uns poucos se expõe ao meu lado.
Mas, mesmo com paredes de vidros e janelas espelhadas são poucos aqueles que compreendem minha essência.
O conteúdo da vitrine sempre varia. De pessoa para pessoa, de acordo com o humor, de acordo com os olhos de quem olha e do coração de quem se mostra.
Pra alguns é fogo, acides e homeopatia de puro veneno.
Pra outros doçura, sorriso e água cristalina.
Depende de mim, depende de você.
É recíproco, é dinâmico, é transcendente. É VIDA, em sua grandeza e simplicidade.