quarta-feira, 1 de junho de 2011

Nossa! Que papo de louco!


Outro dia me peguei sorrindo pro Humberto Gessinger no DVD acústico MTV.
Quase que ri de mim ao notar isso, da minha hipnose frente a esse homem e suas músicas.
Pensei comigo “Nossa! Que é que eu to fazendo?!”
Tempos atrás assisti ao programa do JÔ, um especial que ele fez somente com a Marina Silva e percebi como ele ficava hipnotizado na frente dela. “Cada um com seus ídolos!” pensei, me sentindo aliviada pelo sorriso, e correta na minha escolha eleitoral.
Estão aí duas pessoas que deveriam ser “para sempre”. O Jô e o Humberto Gessinger. Seres humanos únicos e insubstituíveis em sua loucura peculiar. O Renato Russo também merecia estar em tal lista, porém, meu pensamento forte e minha esperança nada valem para alguém que já se foi. Por isso foco tudo que aprendi com o livro “O segredo” na imortalidade desses dois ícones.
Sinto-me frustrada por nunca ter assistido um show do Legião Urbana. Acho que é por isso que gosto tanto de seus álbuns ao vivo, pois assim eu posso ouvir os erros, os risos e as frases espontâneas. Ali não ouço somente o CD do Legião Urbana, eu ouço o Renato, em toda sua plenitude cantando “pintinho amarelinho”. É um caminho delicado, na corda bamba, entre a loucura e a genialidade.
Pensando nisso cheguei à conclusão que as pessoas normais são muito chatas. Eu gosto mesmo é do delírio, do cabelo balançando no ritmo da música e ocultando o rosto do cantor, gosto do improviso, gosto de sentir o mau humor às vezes, gosto de declarações de amor singulares, gosto de tempestades e raios. Gosto é do estrago!
Li uma vez em uma revista, que agora não lembro o nome, que a maioria dos gênios que já surgiram em todos os tempos eram judeus e/ou canhotos. Na época pensei “Agora só falta ser gênio! Mas já escrevo com a mão certa.” Mas agora, ao escrever sobre essa baboseira toda, é que eu notei que a normalidade não faz parte da genialidade.
Nossa sociedade foi construída por pessoas diferentes, o melhor dela surgiu dos sonhos e “delírios” de pessoas consideradas anormais, pessoas reprimidas, pessoas especiais. Por que não pessoas loucas? Pois assim eram consideradas pela normalidade dominante.
O preconceito é tão empobrecedor!
Meu professor disse a seguinte frase durante uma de suas aulas “Toda simplificação é empobrecedora”. E, acredito eu, que toda generalização também seja. Buscar tornar homogênea essa grande mistura que é o mundo é empobrecedor, e torna tudo menos colorido.
Como diria o grande poeta HG “A diferença é que temos em comum”. Não precisamos ser iguais para sermos todos humanos, somos humanos por que evoluímos, por que em uma determinada época nos destacamos, por que fomos diferentes.
Apagar as cores da India seria uma ferida no mundo, assim como silenciar alunos em uma sala de aula é uma ferida na construção do conhecimento. O capitalismo selvagem simplifica; oferece Mc Donalds ao vegetariano.
Obviamente que não me comparo à louca genialidade de Einstein, Galileu, Paulo Freire, HG, Walt Disney, Jô Soares e Marina Silva. Somente busco meus 5 minutos de loucura diária. Faz bem pra mim e faz bem pra diversidade.
Acredito que foi a partir de um desses momentos que surgiu esse texto, se é que assim posso chamá-lo, a partir de uma conclusão tirada de um sorriso dado a um ídolo distante.
E pra ser sincera não sei explicar ao certo como esse texto tomou a direção na qual ele se encontra.
Eu falava de sorrisos e ídolos, não?
Eu falava de imortalidade não é?
Eu falava de Renato Russo e pintinho amarelinho né?
Nossa! Que papo de louco!

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